0187 - London, London - RPM [1986]

Caetano Veloso não precisa ser apresentado. Considerado um dos grandes músicos brasileiros e mundiais, tem uma carreira abrangente que começou ainda criança no interior da Bahia, em Santo Amaro da Purificação. 

Já falei sobre um dos períodos mais criativos da música brasileira, do qual ele fez parte, a Tropicália, e agora falo que esse período criativo custou caro... tanto para Caetano, Gilberto Gil, Chico Buarque entre tantos e para o Brasil.

Com o AI-5 em 1968, Caetano e Gil foram presos por dois meses. A justificativa é que teriam ofendido o hino nacional e a bandeira. Dois meses passaram detidos num quartel do exército no Rio de Janeiro dali para Salvador, onde arrecadaram dinheiro com um show de despedida e, com esse dinheiro compraram as passagens e seguiram com suas famílias para o exílio na Inglaterra.

Caetano não parou de compor, sua carreira continuou, talvez, ainda mais forte e marcante fora do Brasil. Entre várias canções que fez aqui na Terra da Rainha, uma particularmente ficou muito famosa: London, London. Caetano conta com é se sentir sozinho, mas livre nessa terra de pessoas que não sorriem. Essa canção ele mandou para Gal Costa gravar no Brasil, em 1970, mas ficou mais famosa na própria voz de Caetano em 1971 no álbum apenas com o nome do músico.


Em 1985 começa uma outra revolução no Brasil, um novo governo democrático, no começo dos anos de 1980 aparecem as bandas de rock nacional influenciadas, principalmente, pelos ventos soprados também pela Inglaterra seus punks e Margareth Thatcher. Em 1984 é lançado o primeiro "compacto simples" (quem não sabe o que é, depois pergunta pra tia aqui que eu explico) da banda RPM e as revoluções por minuto começam aí.

Sucesso devastador a partir do ano de 1985, quando lança o disco completo, Revoluções Por Minuto (música e nome do álbum haviam sido censurados em 84), só se falava, ouvia, assistia a RPM. Era uma comoção nacional, disputavam a febre do sucesso com o Menudo do outro lado (rsrsrs lado sombrio da força? rs). 

Estavam no rádio, na tv (não saíam do Chacrinha!! rs), nas revistas em todos os lugares: RPM, RPM, RPM... vendem 300 mil cópias, um feito para uma banda de rock no Brasil. A fama era ainda maior por Paulo Ricardo ter sido crítico musical e Luiz Schiavon ter formação em música erudita.

Antes do RPM, Paulo Ricardo morou durante um pequeno período em Londres e regravou no segundo disco da banda, Rádio Pirata Ao Vivo, London, London.


Tanto sucesso que Rádio Pirata Ao Vivo, uma combinação de músicas ao vivo do primeiro disco e covers, vendesse a marca histórica de 2 milhões e meio de discos. Acho que quem bateu a marca deles foi a Xuxa (rs). Em 1986, com tanto sucesso, participaram do programa Chico e Caetano da Rede Globo cantando com Caê sua música: London, London.


Nesse momento da minha vida eu consigo me identificar com a letra, por isso lembrei desse cover. Eu pensei em pô-la no trash covers, mas na época, RPM, Paulo Ricardo eram considerados ícones da nova música brasileira e nós do 1001 Covers entramos em acordo que seria melhor estar aqui, no Top Covers.

Postar um comentário

4 Comentários
* Por favor, não publique Spam. Todos os comentários são revisados pelos administradores.
  1. Até hoje acho que o único motivo que levou este segundo disco a ser aceito foi a histeria RPM que se instalou no país.

    É inegável que a banda inaugurou a era dos grandes Shows (com S maíusculo) no Brasil, no que diz respeito a tamanho do público, potência de som, e efeitos especiais. Mas lançar um disco ao vivo com apenas um disco de estúdio gravado, me parece muita vontade de aproveitar a onda para ganhar dinheiro.

    E note que não falo isso por despeito, até mesmo porque, apesar dos pesares, eu comprei o disco na época.

    Mas o fato também é que, com o passar do tempo, comecei a pegar um implicância tão grande com o jeito do Paulo Ricardo de cantar, que hoje minha tolerância a audições do RPM é baixa.

    Mas foi uma escolha legal para constar aqui no blog.

    ResponderExcluir
  2. então, eu até achei meio trash por causa desse jeito irritante q o paulo ricardo canta rs e sim, o segundo disco, o ao vivo, era só pra manter a febre rpm, pelo q li nos sites q pesquisei, e eu era criança, fã do menudo auauahahah

    ResponderExcluir
  3. Para mim Paulo Ricardo e o RPM é trash total...não tem jeito...minha tolerância em ouvir RPM é quase zero...
    Mas enfim! O pessoal gostava. As mulheres adoravam o Paulo Ricardo. Poxa, a Vendramini namorou o Paulo Ricardo.
    É a fama! Havia uma mídia muito grande apoiando o RPM e hoje o tecladista da banda é o tecladista do Faustão. Tirou o Caçulinha do posto.
    Abs

    ResponderExcluir
  4. Como eu havia dito pra você, na época não era nada trash rs.
    Lembro que uma professora levou essa música na aula de inglês e era raro a gente ter música na aula. Pelo menos ela explicou o contexto e eu já fiquei sabendo que era do Caetano.
    Mas que o Paulo Ricardo é insuportável cantando, isso é mesmo. Na época a gente aguentava porque (pré) adolescente não tem noção das coisas rs.

    ResponderExcluir