0200 - Say My Name - Superchunk [2007]

Se você possui 20 e poucos anos deve ter percebido que nas últimas décadas, principalmente nos EUA, houve uma massificação de estilos como o rap e o hip-hop, antes restrito aos guetos. Deve ter percebido também que o Rhythm & Blues (R&B) tradicional em quase nada se assemelha ao novo R&B, que ganhou diferentes contornos ao incorporar o rap, o hip-hop e a soul music.

Deste novo R&B, proliferaram muitos grupos vocais femininos de sucesso no mundo pop contemporâneo americano como o SWV, o TLC e, mais recentemente, o Destiny’s Child. A música Say My Name, tema central deste post, foi composta originalmente pela cantora e atriz, Beyoncé, fundadora justamente do grupo Destiny’s Child.

Apenas para efeitos de comparação de diferenças entre o novo R&B e o R&B tradicional, vale a pena citar que o hit Say My Name ganhou em 2001 o prêmio Grammy como melhor canção R&B, assim como a música Ain’t No Sunshine de Bill Withers (já comentada aqui), vencedora em 1972.


Apesar de todo sucesso desses grupos, este novo R&B nunca me cativou. Entretanto, dias atrás a tal música Say My Name ficou grudada na minha cabeça, não pelo fato de ficar ouvindo o repertório dessa moças, mas sim pela regravação feita pela banda (recém ativada) de indie rock norte-americana Superchunk.

Ao me relembrar do Superchunk, automaticamente surgiram em minha memória as guitarras sujas, rápidas e energéticas tão marcantes em suas canções. Nos bons tempos em que os Pixies abriram as portas para o grunge, o Superchunk já tinham pérolas como Punch Me Harder e Throwing Things, faixas do excelente No Pocky For Kitty de 1991. Numa estética garageira (e, naturalmente indie), as canções da banda sempre mostraram uma influência direta do punk rock. Mas aqui e acolá era sempre possível encontrar um fio de cabelo pop. Esse pop a qual me refiro em nada se assemelha com o pop produzido por artistas como Beyoncé. Aliás, o único fator que pôde, de certa maneira, unir casualmente até o momento o trabalho das Destiny’s Child com o do Superchunk foi esta cover.

A versão de Say My Name feita pelo Superchunk está registrada na coletânea Guilt By Association Vol.1 lançada em 2007, onde vários artistas da cena independente norte-americana gravaram sem pudor covers de músicas pop de sucesso. Na cover não é possível achar resquícios do pop dançante R&B das Destiny’s Child. Ao contrário do que se possa imaginar normalmente de um hit R&B, existe sim boa dose energia em forma de punk rock, hardcore, executado com perfeição.


PS: Viva! Chegamos a marca de 200 resenhas! Um excelente 2011 a todos!

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