0209 - Pata Pata - Daúde [1997]


Zenzile Miriam Makeba nasceu na cidade de Joanesburgo, África do Sul.

Apesar de ser uma cantora de sucesso em meio ao Apartheid instaurado em seu país, Miriam Makeba, como era mais conhecida, decidiu migrar para os Estados Unidos e participou de um documentário (Come Back, Africa) que a levou ao Festival de Veneza, onde conheceu o ator e cantor norte-americano Harry Belafonte - ativista dos direitos civis - que a convidou para gravarem um disco juntos A Evening with Belafonte/Makeba.

A carreira de Miriam deu um grande salto e sua luta pelos direitos dos negros continuou e, com isso, ela perdeu sua cidadania Sul-Africana, estava apátrida.

Pata Pata está no álbum de mesmo nome de 1967. No Brasil a música também fez sucesso e minha mãe conta que foi proibida na época e o povo acreditava que havia algum palavrão na letra (ditadura no Brasil, lembrem-se) e todo mundo cantava "tá com pulga na costela" (rs). Na verdade a letra está em inglês e shosa (uma das muitas línguas faladas na África e por Miriam) e Pata Pata seria uma dança, ela convida as pessoas a dançarem com ela.

Ao se casar com o ativista político Stokely Carmichael (não, é o nome dele, não é o nome falso do Chuck quando está em campo rs), idealizador do movimento Black Power e porta-voz dos Panteras Negras, Miriam e Carmichael mudaram-se para Guiné, pois os contratos com gravadoras e shows tornaram-se escassos depois de sua união com Stokely.

Em Guiné participou ativamente da luta contra o apartheid entre outros tipos de ajuda humanitária e ganhou um Prêmio da Paz da ONU, nessa época, já separada de Carmichael. Continuou nos anos seguintes como uma missionária da Paz e contra o racismo. Só em 1990 Miriam volta a seu país, a pedido do novo presidente, Nelson Mandela que revoga a lei que a impedia de voltar à sua terra natal.

Ela continuou fazendo shows e em 2008, na Itália, num show para Roberto Saviano, tem um ataque cardíaco no palco e morre no hospital da pequena comuna de Castel Volturno. Mama Africa (como também era conhecida) foi e deixou para nós um exemplo de dedicação e persistência à causa do fim do apartheid e a favor da paz.


Daúde, ou Maria Waldelurdes Costa de Santana Dutilleux, nasceu em Salvador e aos 11 anos mudou-se para o Rio de Janeiro. Estudou canto, artes cênicas, é formada em Letras e pós-graduada em História Africana. Sempre cantou em peças de teatro e em bares, onde foi descoberta e lançou seu primeiro CD, Daúde, em 1995. Que ganhou prêmios da crítica (Prêmio Sharp, Jornal do Brasil e APCA) pelo seu CD de estreia.


No segundo disco, Daúde #2, ela regrava a canção de Miriam Makeba. Ela concorreu ao VMB daquele ano com o clipe de Pata Pata. Daúde faz parte do selo Real World de Peter Gabriel, um selo para divulgar artistas do mundo todo.


Claro que na versão de Daúde há uma espécie de versão aportuguesada da letra original, que vocês devem ter reparado.

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7 Comentários
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  1. Essa música é muito divertida!!!
    Eu a cantava assim: Tá com pulga na Cueca...Patati Patata
    hehehehe

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  2. Também acho mais legal a pulga na cueca (na letra, claro!).

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  3. bem, minha mãe é de outro tempo q não ia falar cueca...rsrs

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  4. Harry Belafonte é o cantor da música da cena do jantar em "Os fantasmas se divertem", lembram?
    A Daúde deu uma sumida, deve estar se dedicando a outra de suas tantas formações.

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  5. Que eu saiba, essa música nunca foi proibida aqui no Brasil,pois na época eu era criança e lembro-me que ela era tocada direto nas rádios. E o pessoal achava que dizia "tá com pulga na cueca", e não "tá com pulga na costela" como foi dito no texto.
    Paulo

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  6. Esta musica é bem antiga, eu cantava To com P
    Pulga na Costela....Nunca imaginei que era Pulga na Cueca...

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    1. hehehe tinha gente que cantava que a pulga estava em diversas partes do corpo

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